terça-feira, 2 de novembro de 2010

Koinocracia: O Governo de Deus
O governo da comunhão.

O universo inanimado é governado por Deus através de leis naturais e impessoais. Muitos pensam que é a esse tipo de teocracia que os homens serão submetidos na eternidade. No entanto o governo que Deus propôs para o homem é revestido de pessoalidade, em que cada um tem seu próprio nome e função a desempenhar. Com certeza a eternidade não será um tédio infindável, pois Deus pretende compartilhar seu governo com o homem, especialmente no que se refere a governar outros homens e até mesmo a julgar os anjos (1 Coríntios 6.1-3). Portanto seria muito mais adequado chamar essa forma de governo compartilhado de koinocracia, o governo da comunhão.
A verdadeira igreja deve antecipar esse governo, vivendo como corpo cuja cabeça é Cristo. Temos exemplo disso no livro de Atos dos Apóstolos, em que as decisões levavam duas assinaturas conjuntas: “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (Atos 15.28). Isso é um prelúdio, pois os salvos hão de se assentar no trono para governar com Cristo (1 Coríntios 6.2; Ap 3.21), na condição de herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Romanos 8.17). Deus, em sua soberania, propôs compartilhar o governo de seu reino, e isso será feito através de comunhão. Para que esse governo comece a ser viabilizado desde já, precisamos conhecer e praticar a vontade de Deus juntos. Assim como a salvação é uma realidade imediata que se concretizará em plenitude após a ressurreição, da mesma forma o governo de Deus por meio da igreja pode ser experimentado por antecipação agora, ainda que sua plena implantação só se dê posteriormente.
Portanto a comunhão é para ser experimentada desde já, embora se tenha que aguardar para o futuro a sua plenitude. Devemos considerar que se Deus não abre mão do homem para implantar seu governo, é evidente que ele espera o mesmo de nós, ou seja, que não desprezemos as pessoas. Não são poucas as vezes em que sentimos que se fizéssemos sozinhos faríamos melhor e mais rápido, mas nada há que nos autorize a passar por cima dos outros para fazer a obra de Deus, já que o próprio Deus não a considera mais importante que as pessoas. Precisamos de muita longanimidade do Espírito para ter a paciência necessária.
Essa prática deve começar pela liderança da igreja. Se a comunhão é uma questão central da igreja, a liderança plural é indispensável, exercida através de homens radicalmente comprometidos com a vontade de Deus, de maneira absoluta e prioritária. Sem essa liderança plural, não há como esperar que a igreja pratique a comunhão, pois nesse tipo de ensinamento não reproduzimos o que falamos e, sim, o que somos.

Contribuição: Andrade Zulianeli

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